segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Descobrindo o mundo

Betina (de costas e shortinho) subindo sozinha a rampa para a sua sala. Detalhe da mãozinha no cabelo: soninho chegando.

Com o colega e já melhor amigo Gabriel. Saca só a cara tensa do Tutu achando que Betina vai tirá-lo do carrinho.

No parquinho com os coleguinhas da turma: toda metida porque aprendeu (no parquinho do Baixo Bebê) a descer sozinha o escorrega.

No refeitório, fazendo seu primeiro lanche: achocolatado e biscoito de maisena, que ela neeeem gosta.

Primeiro dia de aula
A criança mal nasceu e já está na escola. Como é que pode? Hoje, preenchendo uns papéis da escola tive que colocar a data de nascimento de Betina. Ao escrever 15 de abril de 2008 parei pra ver se era isso mesmo. Tinha alguma coisa errada. Como é que pode nascer num ano e no outro estar na escola? É muito doido... pois hoje, um ano e quatro meses após a chegada da "periquita-papai" em nossas vidas fui levá-la para o seu primeiro dia de aula. Já era pra ela ter começado há duas semanas mas com essa história de gripe suína primeiro a escola adiou e depois eu mesma, receosa, adiei mais um pouquinho. A Tati, mãe do Gabriel, amiga querida e parceirona nessa jornada, ligou no final de semana. "Ah, Dora, vamos levar eles, to tão ansiosa!". Com as mochilas prontas há dias estávamos mais ansiosas que eles (ah, eles são da mesma sala). Aliás, os dois, coitados, nem estavam sabendo de nada. Ligamos pro moço do transporte (sim, eles são filhos de mães modernas e trabalhadoras orgulhosas) e pedimos pra buscá-los hoje cedinho. Às sete Betina já estava de uniforme e lacinho no cabelo. Nessas horas a gente lembra tudo do filho e esquece da gente. Quase saio de camisola e pantufa. Na van, enquanto Betina, sentada na cadeirinha, curtia a "viagem" pra Barra, eu prestava atenção nos mínimos detalhes: se a cadeirinha era segura, se o cinto estava bem amarrado, se o motorista tava correndo, que caminho fazia, se tinha cara de quem bebia às seis da manhã... Foram 27 minutos cronometrados do Jardim Botânico até a Barra. Nada mal pro primeiro dia. No caminho já anotei na agenda o que estava faltando ali: música. Não dá pra fazer uma viagem dessa com eles sem música. Isso é uma missão para o pai DJ de Gabriel.
Chegando na escola, Betina saiu correndo pra todos os lados. Não sabia se corria atrás do pavão, na fazendinha, se invadia o tatame em plena aula de judô dos meninos maiores, ou se descia o escorrega. Logo chegou o Victor, coleguinha bem maior que Betina (ela é a caçula da sala), com dois carrinhos na mão. Betina já estava pronta pra dar o golpe e tomar um dos carrinhos do amigo quando ele mesmo estendeu a mão e disse "Tó". Ficaram os dois ali brincando por alguns segundos até ela descobrir a pia que é do tamanhinho dela. A professora chamou pro lanche. As crianças fizeram fila e foram comportadas atrás da "tia" (ainda se chama assim?) em direção ao refeitório. Betina ziguezagueava pelo pátio enlouquecida querendo experimentar tudo. Chegando lá, enquanto eu e a Tati (as duas mães retardatárias) botávamos aquelas touquinhas ridículas (porém necessárias) eis que chega a ex-feiticeira Joana Prado. Fala sério. A gente já tava ali pagando mico de touquinha na cabeça e ainda tem que encarar a feiticeira SEM touquinha? Tudo bem. Ela chegou, deixou os filhos e foi embora rapidinho. A empolgação era tanta que saí do refeitório e fiquei no pátio da escola conversando sobre material escolar. Detalhe: de touquinha. Ninguém me lembrou que eu tinha que tirar aquela porra. A criançada brincou no pátio e depois subiu pra sala. Betina novamente ziguezagueando, agora de sono, enrolava os cachinhos (sinal típico de cansaço) e procurava um lugar pra se escorar. Achou a sala do soninho. Foi lá e não fez cerimônia. Deitou no travesseiro e ficou ali enrolando os cachos. Coisa de um minuto. Logo já estava de pé, moribunda, querendo brincar mais. A professora mandou avisar que havia acabado o horário da adaptação. Havia se passado apenas UMA HORA e nós duas estávamos exaustas - e felizes - com tanto estímulo e informação. Tati deu uma carona pra gente até o taxi. No caminho, Gabriel buscou a mão de Betina e ficaram de mãos dadas por alguns segundos. "Tati, olha isso!!!", gritei. No caminho pra casa Betina apagou. Amanhã começa tudo de novo. Que ela seja feliz enquanto não conhece a matemática.

7 comentários:

Sylvia disse...

Estou emocionada!É demais pra uma tia... avó!Agora ela está entregue a Deus e a língua do povo!Viva!!!!

Paloma Varón disse...

Ai, que lindo, que emocionante, que demais. Primeiro dia de aula!! Tudo de bom nesta vida escolar que se inicia. Amo pré-escola!

Mic disse...

Ai, que fofa já estreando na escola! E o pai deve ter ficado emocionado em dobro, né? Vendo a filhota fazer sua estréia na mesma escola que foi fundada pra ele estudar! :) Tô doida pra ir aí na Barra visitar, tá linda! As crianças vão querer até se mudar... rs

Jo disse...

Dora, que delícia acompanhar o primeiro dia de aula da Betina, texto leve, gostoso, deu vontade de continuar lendo, lendo, mas q pena que foi SO UMA HORA!!! Quero ver essa fofura de perto!!
Bjs

Unknown disse...

Dora, adorei compartilhar com vocês as sensações desse momento incrível. Que delícia a chegada na escola, esse lugar de tantas descobertas!! Sucesso! Muitos beijos para as duas.

Mirna Brasil Portella disse...

Dora, Que lindo, que lindo... Não há nada mais maravilhoso do que poder acompanhar o desenvolvimento de um filho. É um privilégio! Fiquei emocionada, lembrei dos meus dois primeiros dias de aula - com o meninos! Sabe que o Rafael também enrola cachinhos quando está com sono? Os dele e os meus...
A Betina está linda, fofa, maravilhosa! Beijos, beijos...

Letícia Volponi disse...

menina, que delícia. a Laura foi tão pequenina que só passava de colo em colo. Hoje corre e brinca tanto que nem dá tchau quando chega e chora para ir embora...