domingo, 12 de outubro de 2008

Não tem explicação


Ontem, recebemos a notícia de que uma grande amiga está grávida. Ontem também conheci o filho de outra grande amiga. O primeiro está na barriga. O segundo, já está nos braços da mãe, de passagem pelo Rio (é de SP). Quando ainda não temos filho e alguém nos conta que será mãe ficamos felizes. Agora... quando a gente JÁ é mãe e fica sabendo de uma notícia dessa é como se uma onda enorme de sentimento dos melhores possíveis inundassem a gente. Não tem explicação. A gente relembra cada momento do nascimento, da primeira mamada, do primeiro sorriso... e sabe que aquela futura mãe não sabe, não faz a menor idéia do quanto ela vai ser feliz. Uma felicidade que começa como uma marolinha e vira um tsunami. Sabe aquela história de "amor incondicional?". Sempre achei um saco essa expressão. Pior do que essa só "ser mãe é padecer no paraíso". Mas a verdade é que estou procurando, como, modéstia à parte, boa jornalista que sou, uma frase que explique esse sentimento. Ainda não achei. Tudo bem, minha filha só tem seis meses. Ainda tenho muito tempo - e outros filhos pela frente - pra achar uma. Mas voltando às novas mães-amigas... A de SP depois de alguns anos tentando engravidar, foi abençoada com Gabriel. Gabriel não saiu da barriga. Quer dizer, não da dela. Mas isso não importa. O que importa é que Gabriel, sem saber, fez com que a mãe acertasse a sorte grande. Acompanhei toda a história de juizado e afins como se fosse comigo. Muitas vezes, no meio da noite, sonhava com o bebê da amiga, que ainda nem tinha chegado - ou já tinha e estava só esperando por ela. Sempre quis ser mãe. Na verdade, desde que me conheço por gente sempre quis ser mãe de " mais de um". E que um deles fosse adotado. Em meio a tantas injustiças desse mundo, me perguntava, ainda pequena, como podia ter tanta criança sem mãe no mundo. E, ao contrário do senso comum, quanto mais velha a criança maior era - e ainda o é - a minha indignação. Assim, na minha cabecinha, já me imaginava mãe de um menininho baiano - de preferência - de uns dois, três anos. Sabe aquelas coisas que ninguém explica, como a tal da felicidade materna? Pois é, nunca tinha achado explicação pra essa vontade extra-consciente. Até conhecer Gabriel. A minha amiga realizou o meu sonho de criança. Ela foi lá na Bahia e trouxe um baianinho lindo. A diferença é que Gabriel é bebezinho ainda. Também não importa. Vi naqueles olhinhos sonolentos e aquela boquinha clamando por leite, ainda de manhãzinha, o reflexo da "tal-da-felicidade-sem-dimensão". Depois de um chorinho, a mãe o ajeitou no travesseiro e deu a mamadeira. Gabriel suspirou de barriga cheia. Minha amiga contou que dispensou a enfermeira porque precisava aprender, por ela mesma, a ser mãe. O que ela ainda não sabe é que ela já nasceu mãe. Vem no chip da gente. Não tem jeito. A gente erra uma coisa aqui, outra ali mas tem um instinto, uma leoa dentro da gente, que vem à tona no momento em que pegamos nosso bebê pela primeira vez no colo. Uma coisa é certa: coração de mãe sempre cabe mais um. Betina veio ao mundo pra me provar isso. Amor de mãe sobra. E transborda. Por isso eu, que sou mãe de uma só, já tenho amor por Gabriel, pelo grãozinho de feijão que já bate um coraçãozinho dentro da barriga da minha amiga e por todas as demais crianças do mundo. E talvez por isso tenha esse sonho de trazer para mim uma criança que, por algum motivo que não vem ao caso, ainda não experimentou o amor de mãe.

PS: Às novas amigas mães, se vocês acharam uma frase que expresse essa "tal felicidade" me manda. Enquanto isso, ficamos com o "toda a felicidade do mundo pra vocês"!!!!

4 comentários:

milena pessoa disse...

Que lindo Isadora!
Apesar de ainda não ser mãe, e de todo mundo dizer "quando vc for mãe, vai entender", imagino esse amor "sem explicação". Sinto vindo da minha mãe e posso ver a felicidade dessa mágica nas amigas, primas, tias mães...

Bj grande!

*nem te conto q dia desses sonhei contigo e com a Betina. Fofíííssima!

Coucou disse...

Ai, Dora, sabe que eu nao me identifico nem um pouco com essa frase de amor incondicional não? Sei lá, ser filho em si ja é uma condição e daquelas brabas, que impõem muitas condições.

Tipo é muito doido, porque todas as pessoas falam que eu sou uma super mãe, super orgulhosa, babona e tal, super dedicada... mas a verdade é que eu vou olhando e vou fazendo, não fico muito sentindo amor não. As vezes eu até tenho vontade de esganar a minha filha e me pergunto como consigo aguentar tanto, mas ainda assim, eu não consigo desisitir.

Acho que a parada estranha dessa relação é isso: Como você pode fazer tanto por outra pessoa? E por que?

Eu sinto a minha filha como se fosse uma parte do meu corpo, tipo um braço, sei lá.

Eu não fico pensando se eu amo ela ou não, eu apenas vejo que não existe a minha vida sem ela.

Eu acho que o amor de mãe é vital.

Amamos porque precisamos do nosso braço pra comer e continuar vivas.

Mas, no fundo no fundo, a expressão perfeita pra mim é "amor instintivo", porque é por instinto que sobrevivemos.

Não tem como escolher não amar um filho. É uma coisa que vem de dentro, sem a gente sentir e por isso não sabemos explicar. A coisa vai acontecendo descontroladamente.

Na verdade, boa pensadora que é, acho que você tambem já chegou a esta conclusão ("Vem no chip da gente"), provavelmente é que a "Boa Jornalista" está muito ocupada sendo boa mae!

Eu não sei se consegui explicar direito aqui o que gostaria e espero nao ter passado a impressão errada de que filhos são um fardo.

Beijos

Flavia (mãe do braço mais lindo do mundo!)

daniel disse...

Isadora querida!!!!!!!!! Muito muito obrigada meeeeeeeesmo, do fundo do fundo do coração de mãe, que só ele mesmo consegue ir tåo fundo....Salve Betina, Salve Gabriel!! Saúde pra gente ficar velhinha e tendo nos braços nossos netos. Já pensou que viagem??? Love!!

Anônimo disse...

caraca, sou eu, Astrid!!! a conta é de um amiguinho!!!rsrsrsrsrs Só eu!!!!rsrsrsrsrsrs